Dados do Trabalho


Título

Cancelamento cirúrgico por caixas molhadas de instrumentais consignados em sala operatória: relato de experiência.

Introdução

Um dos indicadores utilizados para avaliar a eficiência de um serviço de cirurgia é a taxa de cancelamento de cirurgias, que considera todos os motivos de interrupção, sejam eles relacionados ao paciente ou à instituição hospitalar. Para sua avaliação, faz-se necessário a aplicação de uma perspectiva ampliada, na qual todos os fatores envolvidos no processo e suas causas são identificados, a fim de melhorar a qualidade do serviço prestado e aliviar o sofrimento do paciente e da família.

Objetivo

Descrever a experiência de alterar a rotina de esterilização afim de conter o cancelamento cirúrgico por caixas molhadas de instrumentais cirúrgicos ortopédicos consignados.

Método

Estudo descritivo, tipo relato de experiência que descreve as ações frente a problemática de ofertar ao Centro Cirúrgico-CC de caixas processadas molhadas para cirúrgicas ortopédicas que envolvem OPME. Foi utilizado a ferramenta do Diagrama Ishikawa-DI na CME, baseada na sua simplicidade e facilidade de aplicação, visando a identificação e análise das causas de não conformidades nos processos organizacionais. A discussão técnica ocorreu em paradas programadas, utilizando a DI, com a participação das enfermeiras do CME e serviço de engenharia clínica norteada por referenciais teóricos, análise dos materiais e equipamentos utilizados no processamento dos instrumentais cirúrgicos consignados. Os dados coletados por observação foram usados para diagnosticar a situação-problema, e definir rotinas a serem empregadas nessa categoria de instrumentais, pela equipe do CME.

Discussão e Conclusões

Após a capacitação da equipe do CME ocorreu a implantação da rotina definida: substituir as caixas com design desafiador entregues pelas empresas consignadoras por cestos aramados, distribuir os instrumentais evitando sobreposição de instrumentais pesados no interior das caixas ou cestos e utilizar compressa não tecido sob toda a extensão das caixas ou cestos, realizar a montagem da carga respeitando 80% da capacidade máxima, proibir a sobreposição de caixas ou cestos no rack, alterar e validar a autoclave para 50minutos (anteriormente 30minutos) de secagem nos ciclos 134oC, ao término do ciclo de esterilização a porta da autoclave deverá ser mantida aberta (área de armazenamento) e os materiais devem aguardar 20minutos para serem retirados e armazenados.

Conclusões

O diagrama de Ishikawa foi uma ferramenta apropriada para a identificação as ações para mitigar o envio de caixas processadas molhadas ao CC, direcionando alternativas que apresentaram desfechos positivos. Após a implantação da rotina definida pelas Enfermeiras do CME não foram registrados novos casos de cancelamento de cirurgias ortopédicas, instrumentais consignados, por caixa molhada processada.

Palavras-chaves

Centro de Esterilização, Enfermagem Perioperatória, Indicadores de Gestão.

Referências

Cavalcante FML, Barros LM. O trabalho do enfermeiro no centro de material e esterilização: uma revisão integrativa. Rev SOBECC [Internet]. 2020 [cited 2023 Jan 8];25(3):171-8. Available from: https://revista.sobecc.org.br/sobecc/article/view/580. DOI: 10.5327/10.5327/Z1414-4425202000030007.
Gonçalves RCA, Sé ACS, Pezzi MCS, Pinto CMI, Souza PA, Fernández BM, et al. (2020a). Atividades de enfermagem para o diagnóstico “Risco para contaminação de artigos”. Res Soc Develop [Internet]. 2020 [cited 2023 Jan 8];9(9):e683997794. Available from: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7794. DOI: 10.33448/rsd-v9i9.7794
Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC). Diretrizes de Práticas em Enfermagem Perioperatória e Processamento de Produtos para Saúde. 8. ed. São Paulo: SOBECC; 2018.

Área

Gestão

Autores

Simone Garcia Lopes, Marina Sousa dos Santos, Sisley Soares Nogueira, Fernanda Nunes da Silva , Carolliny Rossi de Faria Ichikawa, Rosangela Filipini