Dados do Trabalho


Título

PREVALENCIA, DESCONFORTO E INTENSIDADE DA SEDE EM PACIENTES ONCOLOGICOS CIRURGICOS

Introdução

Em 2015, 80% dos novos casos diagnosticados de câncer, necessitaram de algum procedimento cirúrgico em determinado momento da evolução da doença (1). A sede perioperatoria associada à debilidade inerente a patologia, os repetidos procedimentos invasivos, jejuns excessivos e prolongados ampliam o sofrimento do paciente cirúrgico oncológico. A sede apresenta-se como um sintoma de elevada prevalência (89,6%) no pós-operatório imediato (POI) em adultos, além de apresentar uma alta intensidade (6,94) no período perioperatório em cirurgias gerais. No entanto, não se possuem dados relativos à sede perioperatoria especificamente na população de pacientes oncológicos (2.3)

Objetivo

Analisar a prevalência, desconforto e intensidade da sede em pacientes oncológicos cirúrgicos.

Método

Pesquisa quantitativa, transversal e exploratória com 150 pacientes cirúrgicos oncológicos, avaliados no pré-operatório e no pós-operatório imediato em Sala de Recuperação Anestésica. A intensidade da sede foi medida por meio de uma escala numérica verbal (1-10) e o desconforto pela Escala de Desconforto da Sede Perioperatória. A análise descritiva dos dados para variáveis categóricas ocorreu pelo cálculo de frequências absolutas e relativas. Para variáveis quantitativas, foram utilizadas as medidas de tendência central e de dispersão. A inferência estatística se deu pelo emprego do teste de McNemar nas variáveis categóricas e o Teste T para variáveis continuas. Esta pesquisa teve parecer Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados

(73,3%), com idade média de 57,53 anos (±13,91). As principais clínicas cirúrgicas foram: ginecologia e mastologia (48,7%), aparelho digestivo (24,0%) e ortopedia (10,0%). O tempo médio de jejum foi de 14:29 horas (±6:24). A prevalência da sede no pré operatório foi de 80,7% com elevação para 93,3% no pós operatório imediato (p 0,001). A intensidade da sede foi de 5,20 (±3,16) no pré, contra 7,45 (±2,41) no pós operatório (p <0,001). O desconforto também foi elevado, iniciando em 5,22 (±3,47) no pré e 8,54 (±3,84) no pós operatório (p <0,001).

Conclusões

A sede no paciente oncológico cirúrgico é prevalente, intensa e desconfortável, principalmente no pós operatório imediato. A prevalência da sede neste período chegou à quase totalidade dos pacientes avaliados, o que deflagra um alerta para a seriedade deste sintoma ainda subvalorizado no paciente oncológico cirúrgico. O tempo de jejum foi muito mais elevado do que o preconizado por evidências científicas, o que impõe a este paciente em particular, sofrimento exacerbado e desnecessário. Os resultados do presente estudo demonstram a necessidade da implantação de medidas que possam minorar a sede, portanto os desconfortos por ela causados, nesta população.

Palavras-chave

Sede, Cirurgia oncológica, período perioperatório.

Referências


SILVA, R P. J.et al. Desconfortos esperados e vivenciados por pacientes no pós-operatório imediato. Rev. baiana enferm. vol.32 Salvador 2018 Epub 14-Fev-2018.
NASCIMENTO,L. A. et al. Prevalência, intensidade e desconforto da sede no paciente cirúrgico no pós-operatório imediato. Rev. sobecc, são paulo. abr./jun. 2019; 24(2): 85-90.
SILVA, L. A. S. R. Cirurgia oncológica: um grande desafio.Rev. Col. Bras. Cir. 2016; 43(3): 139-140.

Área

Outros

Autores

Rafaela Vieira Jorge, Ligia Fahl Fonseca, Leonel Alves Nascimento, Thammy Gonçalves Nakaya, Carla Brandão Oliveira