Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇAO DAS INFECÇOES DE SITIO CIRURGICO NO NORDESTE BRASILEIRO: REVISAO INTEGRATIVA

Introdução

As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são aquelas adquiridas após o paciente passar por procedimento de assistência à saúde ou a uma internação, consideradas um problema prevalente, e um grave evento adverso (EA). No contexto cirúrgico, a Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que 234 milhões de procedimentos cirúrgicos sejam realizados por ano, com taxas de complicações de 3 a 16%. No Brasil, a ISC ocupa a terceira posição entre as IRAS e, compreendendo 14% a 16% destas.

Objetivo

Analisar a literatura quanto à caracterização das infecções de sítio cirúrgico no nordeste brasileiro.

Método

Trata-se de um estudo de revisão integrativa realizado em agosto de 2023. Definiu-se como questão norteadora: Qual a caracterização das infecções de sítio cirúrgico no nordeste brasileiro? A busca se deu nas bases de dados: BVSMS, PubMed, LILACS, MEDLINE, a partir dos descritores e palavra-chave: “Infecção Hospitalar”, “Infecção da Ferida Cirúrgica”, “Enfermagem Perioperatória”, “Segurança do Paciente”. Como critério de inclusão, considerou-se os artigos disponíveis na íntegra e que respondessem ao objetivo da pesquisa. Foram incluídos artigos em português, inglês e espanhol e não houve restrição quanto ao ano de publicação.

Resultados

Foram encontrados 78 artigos nas bases de dados, sendo selecionados 22 para o estudo. De acordo com a literatura, as ISC são as principais complicações cirúrgicas, gerando altos custos hospitalares, que podem implicar em danos irreversíveis aos pacientes e suas famílias. No nordeste as maiores taxas de ISC foram evidenciadas em cirurgias do trato gastrintestinal e intra-abdominal, o que pode ser justificado pela maior contaminação do sítio cirúrgico e pela elevada duração dos procedimentos. Os microorganismos causadores de ISC mais citados foram: Staphylococcus aureus (39,28%), Escherichia coli (30,35%), Pseudomonas aeruginosa (19,64%), Staphylococcus epidermidis (17,85%), Klesbsiella spp (12,50%), Enterobacter spp (10,71%), Morganela morganii (8,92%) e Bacteroides spp (7,14%). Vários são os fatores de risco reportados associados à ISC, dentre eles destacam-se o prolongamento do tempo de internação pré-operatória e do tempo cirúrgico, a hipotermia, a hiperglicemia, o uso de dreno, o tabagismo, a presença de doenças sistêmicas, a tricotomia, a indisciplina na sala operatória, a contaminação da ferida operatória e o uso inadequado da antibioticoprofilaxia. Fatores extrínsecos aos pacientes também são retratados na literatura como associados à ISC. Entre eles cita-se a inadequada desinfecção do local da cirurgia, dos equipamentos e das mãos dos membros da equipe cirúrgica, a não realização de manutenção dos equipamentos e o trânsito excessivo de pessoas na sala operatória, o qual eleva a contagem bacteriana no ar.

Conclusões

A caracterização das ISC é de extrema importância, pois torna-se evidente a necessidade de medidas eficazes para o controle das mesmas, bem como a implantação e o monitoramento de estratégias que diminuam as chances de ocorrência das mesmas, melhorem a qualidade da assistência e a segurança do paciente.

Palavras-chaves

Infecção Hospitalar, Infecção da Ferida Cirúrgica, Enfermagem Perioperatória, Segurança do Paciente.

Referências

Luna AA, Paixão C de MC, Caldas S de AM, Silva NCM da, Souza PA de, Fassarella CS. Perfil epidemiológico do paciente cirúrgico no Brasil. Revista Recien [Internet]. 7º de junho de 2022 [citado 6º de agosto de 2023];12(38):32-41. Disponível em: http://www.recien.com.br/index.php/Recien/article/view/661

Catão RMR. et al. Prevalência de infecções hospitalares por Staphylococcus aureus e perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos. [Internet} Rev enferm UFPE on line, v. 7, n.8, p.5257-64, 2013. [citado 6º de agosto de 2023]. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/11801

Feitosa RGF, Fernandes FAM, Narciso Júnior J, Araújo Júnior ON de, Costa F de A, Cavalcante LDW. Análise de incidência de infecção de sítio cirúrgico em cirurgias oncológicas do aparelho digestivo no Hospital Geral de Fortaleza. Medicina (Ribeirão Preto) [Internet]. 30 de junho de 2014 [citado 6 de agosto de 2023];47(2):157-64. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/84567

Área

Segurança do paciente

Autores

Ana Lívia Clemente Santos, Aurélia Jandira de Souza Melo Verçosa, Emanuela Moreira Alves de Melo, Patrícia de Albuquerque Sarmento, Alda Graciele Claúdio dos Santos Almenida