Dados do Trabalho


Título

Percepções de enfermeiros residentes acerca da residência em enfermagem perioperatória: relato de experiência

Introdução

A resolução 0581/18 do Conselho Federal de Enfermagem, estabeleceu especialidades as quais o enfermeiro generalista pode se qualificar, dentre elas está a residência em enfermagem perioperatória. No âmbito da pós-graduação, o curso de especialização na modalidade Lato sensu, criado em 2005, direciona-se para o treinamento em serviço, sendo desenvolvido em um hospital universitário da região norte do Paraná. É neste hospital público terciário de grande importância para o Sistema Único de Saúde que enfermeiro residente atuará em seu primeiro ano, nas áreas de Centro Cirúrgico, Sala de Recuperação Anestésica e Central de Material e Esterilização, compreendendo todo o período perioperatório, além de outras unidades conveniadas, como Unidade de Terapia Intensiva e Centro de Treinamento de Queimados. Com carga horária de 60 horas semanais e a carga horária extensa de 5.760 horas ao final da especialização, o primeiro ano da residência em enfermagem perioperatória é marcado pelo contato direto com paciente cirúrgico.

Objetivo

Relatar a experiência de residentes do primeiro ano da residência em enfermagem perioperatória de um hospital universitário do norte paranaense.

Método

Trata-se de um relato de experiência acerca da percepção de residentes do primeiro ano do programa de residência em enfermagem perioperatória de um hospital universitário norte paranaense, durante os primeiros cinco meses de atuação.

Discussão e Conclusões

Durante a passagem dos residentes em cada campo de atuação, percebeu-se a profundidade da aprendizagem em serviço, não apenas do processo de enfermagem, mas também da realidade do serviço público que estão inseridos os profissionais da saúde. Na perspectiva de residente do primeiro ano, encontram-se algumas dificuldades relacionadas ao início em cada campo, visto a nova aprendizagem em serviço, o gerenciamento da equipe multiprofissional, nas quais as habilidades de comunicação são postas à prova, situação esta que deveria ser sólida em setores de alta criticidade. Outro desafio alarmante encontrado foi a não retomada da visita pré-operatória, resultando em preparo pré-operatório inadequado, culminando em atrasos e suspensões cirúrgicas, assim como prejuízos ao paciente que tanto aguardava o procedimento cirúrgico. Além disso, as falhas na Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) trazem grande impacto para a prática do residente, representando uma lacuna para a atuação pragmática e, especialmente, para a segurança do paciente. Além dos plantões definidos em escala, o residente ainda participa do eixo teórico, sendo aulas específicas da área perioperatória e aulas gerais com residentes de enfermagem de outras áreas, onde consegue compartilhar conhecimento e trocar experiências. Ressalta-se que apesar da adversidade que o residente é inserido no contexto de trabalho já instituído, pode-se extrair experiências únicas que enriquecem e trazem realização profissional.

Conclusões

A residência não é apenas uma imersão prática no aprimoramento profissional, mas também se insere no contexto pessoal de cada residente, visto que ao adentrar cada campo de estágio, o residente precisará desenvolver habilidades além da prática para lidar com situações adversas a qual será apresentado, tais como inteligência emocional e relacionamento interpessoal, resiliência e aprendizagem de um novo processo de trabalho.

Palavras-chaves

Enfermagem Perioperatória; Residência Hospitalar; Capacitação em Serviço; Educação em Enfermagem.

Referências

1. Resolução n° 0581/2018. Conselho Federal de Enfermagem. Brasília, 2018. Disponível em <COFEN - Resolução COFEN nº. 311/2007: Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Brasília, 2007. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-581-2018_64383.html> Acesso em 30 de jul. de 2023.

2. Caregnato RCA, Araujo BR, Gnatta JR, Poveda VB. Educação em enfermagem perioperatória no Brasil: rever o passado para sobreviver ao futuro. Rev Brasil de Enf. 2022;75(3):1-8. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2021-0331pt

3. Souza HO, Corgozinho MM. Desafios à sistematização da assistência de enfermagem perioperatória: revisão integrativa: Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória. Health Resid Journal-HRJ. 2022;3(14):961-979. https://doi.org/10.51723/hrj.v3i14.353

Área

Outros

Autores

Aline Mie Nishimura, Maria Rafaella Bech, Lucas Rafael Santos, Amanda Felipe Polidoro, Cibele Cristina Tramontini Fugante, Isabela Fernanda Larios Fracarolli