Dados do Trabalho

Título

INTERVENÇOES DE ENFERMAGEM PARA SINTOMAS DO TRATO URINARIO INFERIOR POS-PROSTATECTOMIA RADICAL: ENSAIO CLINICO RANDOMIZADO

Introdução

A cirurgia de prostatectomia radical (PR) pode resultar em disfunções miccionais transitórias ou prolongadas, incluindo os sintomas do trato urinário inferior (STUI). Os STUI podem ser classificados em sintomas de armazenamento, esvaziamento e/ou alterações pós-miccionais. Homens submetidos à PR podem experimentar mais STUI em relação ao período pré-operatório, inclusive após seis meses da cirurgia. Intervenções de enfermagem pautadas no controle dos STUI devem ser consideradas, com vistas à melhora da qualidade de vida após a cirurgia. Tais intervenções envolvem exercícios da musculatura do assoalho pélvico e adoção de hábitos e comportamentos, tais como ingestão adequada de líquidos, cessação do tabagismo, cafeína e ingestão de capsaicina (pimenta), apresentando a adesão ao tratamento com uma de suas limitações. Além de medidas de monitoramento e motivação durante todo o processo terapêutico.

Objetivo

Objetivo: avaliar o efeito de intervenções de enfermagem no controle de STUI pós-PR.

Método

Método: trata-se de um ensaio clínico randomizado realizado com 41 participantes aleatorizados nos grupos intervenção (n=20) e controle (n=21) por um período de acompanhamento de três meses. O estudo foi desenvolvido entre novembro de 2019 e dezembro de 2020 em uma unidade ambulatorial vinculada a um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia filantrópico, da região Centro-Oeste do Brasil. Os participantes do grupo intervenção receberam intervenções de enfermagem enquanto os participantes do grupo controle receberam orientações de rotina do serviço. As intervenções de enfermagem envolveram orientações verbais e escritas por meio de material educativo contendo informações acerca da cirurgia e medidas de controle dos STUI e treinamento da musculatura do assoalho pélvico com a finalidade de promover força e controle miccional. Trata-se de um programa de seis etapas a serem realizadas ao longo de doze semanas, com contrações voluntárias máximas rápidas ou sub-máximas, sustentadas e realizadas nas posições deitada, sentada, de pé e caminhando. O avanço nas etapas ocorreu a cada semana, de acordo com o êxito do participante na etapa anterior. No presente estudo, foram realizados treinamentos presenciais (semanais, quinzenais ou mensais, de acordo com a propriocepção), além de contatos telefônicos semanais com todos os participantes do GI, para acompanhamento e reforço da importância da continuidade dos exercícios em domicílio. As variáveis desfechos utilizadas no estudo foram a intensidade dos STUI avaliados por meio do Pad-Test e Urinary Incontinence Scale of Radical Prostatectomy e King’s Health Questionnaire. Os dados foram digitados em planilha eletrônica, em dupla entrada e a análise foi realizada em software estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para Windows®, versão 23. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, e registrado na Plataforma de Registros Brasileiros de Ensaios Clínicos, sob número de identificação Universal Trial: RBR-3sstqg.

Resultados

Ao final do estudo, o grupo intervenção apresentou menor intensidade da incontinência urinária (p≤0,001), e houve menos chances de apresentar alterações da frequência urinária (p≤0,001), urgência miccional (p≤0,001), noctúria (p=0,005), incontinência urinária de esforço (p≤0,001) e urge-incontinência (p≤0,045).

Conclusões

Conclui-se que as intervenções de enfermagem propostas foram efetivas para a redução da intensidade dos STUI.

Palavras-chave

Sintomas do trato urinário inferior
prostatectomia
cuidados de enfermagem

Referências

1- Abrams P, Cardozo L, Wagg A, Wein A. Incontinence. 6 th Edition. Bristol: United Kingdom; 2017. 2619 p.

Área

Outros