Dados do Trabalho


Título

Uso de Role Play no ensino de enfermagem em sala operatória: relato de experiência

Introdução

Os procedimentos cirúrgicos são reconhecidos mundialmente como tratamento de diversas patologias, sendo a eles atribuídos bastante valor em decorrência da possibilidade de resolução de enfermidades, da cura de doenças e da redução da morbimortalidade, e assim, volta-se o olhar para a formação atual de enfermeiros, a fim de capacita-los desde a graduação para assumir esta unidade de grande complexidade dentro do contexto hospitalar

Objetivo

Relatar a experiência do ensino teórico/prático da disciplina de Enfermagem em Centro Cirúrgico, por meio da técnica Role play de um estudo de caso, encenado pelos discentes durante o perioperatório em ambiente de CC preparado em laboratório.

Método

Trata-se de um relato de experiência sobre a atuação dos discentes em ambiente de CC, realizado no Laboratório da Faculdade de Enfermagem do Centro Universitário de Jaguariúna (UNIFaj-Unieduk), para o desenvolvimento de habilidades técnicas por meio de role-play ou "troca de papéis", que consiste num método de aprendizagem baseada na experiência, no qual os estudantes assumem o papel de outros membros da equipe a fim de compreender um fenômeno partindo de uma perspectiva diferente da sua. Durante a disciplina de Enfermagem em Centro Cirúrgico (CC), emergiu a ideia da aplicação do Protocolo de Cirurgia Segura em ambiente de laboratório, sob a forma de Role play, uma vez que a não visualização imediata da prática em CC no ensino teórico, dificulta o exercício do raciocínio crítico para tomada de decisão, além de permitir a realização dos procedimentos na prática assistencial de forma segura. Após aula teórica sobre Segurança do paciente em ambiente de CC, os estudantes foram divididos em dois grupos de 10 para aplicação do conhecimento previamente oferecido. As práticas foram conduzidas por meio de um Estudo de Caso (EC), subdividido em duas etapas quais sejam: pré operatório em unidade de CC, na recepção deste e pre, trans e pós operatório na Sala de operação(SO). O EC versava sobre uma artroplastia de joelho esquerdo, previamente elaborado pelo docente com os respectivos cenários (briefing), aplicados da forma mais realística possível. Após entrega do estudo de caso aos grupos, os mesmos se dividiram entre si e estipularam as funções de cada um. Na sequência, o Grupo 1(G1) providenciou a arrumação do ambiente de recepção do CC, enquanto o G2 a estruturação da SO, com auxílio do docente. Diante dos cenários montados, o G1 encenou a recepção do caso em questão, na sala de recepção do CC para o G2 e este após a conclusão do G1, se preparou e apresentou o pre trans e pós operatório do caso em SO aos membros do G1. O docente ao longo das apresentações foi ajustando algumas peculiaridades iminentes do ambiente cirúrgico, às quais os estudantes estavam pela primeira vez em contato. Finalizando a atividade, os estudantes foram orientados a descrever numa folha em branco suas considerações acerca da proposta, depositando esta numa caixa deixada na saída do laboratório de enfermagem.

Discussão e Conclusões

Percebeu-se a satisfação por parte do estudante em participar de uma atividade prática em ambiente cirúrgico, o que muitas vezes é difícil por questões inerentes às instituições de saúde, além de exercitar de maneira prática a realidade cirúrgica em Sala de Operações. A estratégia de simulação, por meio do Role Play realizada, oportunizou a prática de habilidades em ambiente seguro, permitindo o aperfeiçoamento das competências e habilidades cirúrgicas além de proporcionar ao estudante um momento de reflexões para o exercício do raciocínio crítico. As considerações dos estudantes em relação a atividade desenvolvida foi extremamente positiva (100% das respostas), destacando-se dentre essas, a possibilidade de tal pratica ser extrapolada para outras disciplinas da grade curricular.

Conclusões

A prática em saúde no Centro Cirúrgico demanda estudos de intervenção para que os conceitos já desenvolvidos possam ser validados no cotidiano da assistência, explicitando suas contradições e possibilidades, os quais representam um desafio para o enfermeiro.

Palavras-chaves

Enfermagem cirúrgica, metodologia ativa, segurança do paciente

Referências

1.Barreto DG, et al. Simulação realística como estratégia de ensino para o curso de graduação em enfermagem: revisão integrativa. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 28, n. 2, p. 208-214, maio/ago. 2014.
2. OMS. World alliance for patient safety. Implementation manual surgical safety Checklist (first edition). Safe Surgery saves lives. 2008. Disponível em: <http://www.who.int/patientsafety/safesurgery/tools_resources/S SSL_Manual_finalJun08.pdf>. Acesso em: 12. Dez. 2017.
3.Pancieri, AP, Carvalho R, Braga EM. Aplicação do checklist para cirurgia segura: Relato de experiência; Rev. SOBECC. vol. 19, n. 1, p. 26-33, jan./mar. 2014.

Área

Inovações em educação

Autores

ELAINE RIBEIRO, Ana Claudia Souza dos Santos, Erika Christiane Marocco Duran, Elaine Valias, Adriana Pereira Tebaldi, Alexandro Marcos Menegócio