Dados do Trabalho


Título

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO SETOR LIMPEZA DO CME: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Introdução

Progressivamente o enfermeiro vem conquistando seu espaço e consolidando seu papel a frente dos processos do centro de material e esterilização (CME), com vistas à prevenção de infecção e à segurança do paciente, da mesma forma que fica cada vez mais evidente e necessária a ampliação do quantitativo de enfermeiros neste setor a fim de garantir este olhar, ampliando sua atuação mais próxima na área de recepção e limpeza(1,2).

Objetivo

Relatar a experiência da atuação do enfermeiro no setor de limpeza do CME.

Método

Relato de experiência de um hospital privado de Grande Porte do interior do Rio Grande do Sul com média cirúrgica de 1.500 procedimentos mês e 65.000 itens processados.

Discussão e Conclusões

O quadro de enfermeiros do setor conta com 4 profissionais com carga horária semanal de 44 horas, estes estavam divididos em 4 turnos de trabalho, 2 com jornada de 6x12 cobrindo diurno e 2 com jornada de 12x36 cobrindo o noturno. Desta forma cada turno era composto por um profissional que, devido as demandas de escala de cirurgia, não conseguia acompanhar integralmente os processos na área de recepção e limpeza. Em reunião setorial discutiu-se a relevância de um olhar para o processo de limpeza bem como para o fluxo de trabalho desta área e definiu-se que os dois profissionais do diurno passariam a fazer a escala de 8x4, sendo um iniciando as 07:00h até às 16:00h, e, outro das 12:00h até às 21:00h. Desta forma, das 13:00h até às 16:00h, e das 19:00h às 21:00h, um profissional fica dedicado exclusivamente a área de recepção e limpeza. Desde agosto de 2022 os enfermeiros acompanham o fluxo de trabalho e as rotinas desta área e os principais problemas percebidos foram relacionados ao cumprimento de rotinas institucionais, organização do fluxo de trabalho, ampliação do conhecimento sobre órteses, próteses e materiais especiais (OPME), principalmente aqueles de conformação complexa e com etapas de montagem e desmontagem. Outra situação percebida foi a insuficiência do enxágue que deveria ser abundante e realizado previamente ao ciclo nas lavadoras termodesinfectadora, de instrumentais com matéria orgânica visível ou que ficariam em espera de equipamento. Falhas grosseiras no seguimento das etapas de limpeza dos instrumentos canulados, falta de cuidado com materiais delicados e de alto custo, negligência na contagem de materiais de terceiros antes e depois da limpeza. Também questões envolvendo a saúde ocupacional foram observadas com maior frequência, o uso inadequado ou não uso de todos os equipamentos de proteção individual, conforme política institucional. Os enfermeiros passaram a assumir um papel fundamental na organização do fluxo de trabalho, as estações de limpeza foram redimensionadas bem como a escala de tarefas da equipe operacional também foi readequada para atender a demanda. Emergiu também a necessidade de capacitarmos o time principalmente quanto ao processamento de OPME, sendo assim um treinamento constante foi iniciado, a cada semana um fornecedor é convidado para um momento teórico-prático e os membros do time são convidados a participar. Ampliando o conhecimento foi preciso modificar a rotina de limpeza dos materiais implantáveis e instrumentais desmontáveis, mesmo que isso fosse acrescentar mais tempo de processamento.

Conclusões

A permanência do enfermeiro na área de limpeza do CME traz benefícios quando favorece a manutenção do padrão operacional, evitando lacunas causadas pela falta de informação, corrigindo comportamentos inadequados através da reorientação constante. A análise prévia da melhor rotina de limpeza principalmente para OPME também foi elencado como benefício pois confere maior segurança e reduz o retrabalho. Sendo assim, a ampliação do quantitativo de enfermeiros para dar cobertura também para a área de limpeza é um assunto que merece atenção.

Palavras-chaves

Recursos humanos de enfermagem, Esterilização, Redução de pessoal.

Referências

1 Strieder, A.T. et al. Atuação do Enfermeiro no Processo de Limpeza em um Centro de Material e Esterilização. REV. SOBECC, SÃO PAULO. JAN./MAR. 2019; 24(1): 50-53. Disponível em: https://doi.org/10.5327/Z1414-4425201900010010. Acessado em: 15/06/2023
2 Costa, R. da. Montenegro, H. R. do A., Silva, R. N. da ., & Almeida Filho, A. J. de .. (2020). Papel dos trabalhadores de enfermagem no centro de material e esterilização: revisão integrativa. Escola Anna Nery, 24(3), e20190316. https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0316. Acessado em: 15/06/2023

Área

Gestão

Autores

Cláudia Pereira dos Santos, Débora Terra Nascimento, Karen de Abreu Braida, Cleci de Oliveira, Vivian Lemes Lobo Bittencourt, Luciano Lemos Doro