Dados do Trabalho


Título

A MAGNITUDE DO PAPEL DO ENFERMEIRO ASSISTENCIAL DENTRO DO PROCESSO DE CIRURGIA SEGURA

Introdução

O centro cirúrgico é um dos setores hospitalares mais complexos, composto de recursos humanos, materiais, equipamentos e tecnologias, dedicados a atender o paciente cirúrgico no período perioperatório. Visando a segurança e qualidade da assistência prestada aos pacientes cirúrgicos, o Ministério da Saúde elaborou em 2008, o protocolo de cirurgia segura, que consiste em uma lista de verificações, com etapas críticas de segurança, minimizando os riscos evitáveis que apresentam danos as vidas e o bem-estar do cliente cirúrgico.1 O check list é composto por três fases, check in (antes da indução anestésica), time out (imediatamente antes da incisão cirúrgica) e check out (antes do fechamento da cavidade/antes de o paciente sair da sala de operações). Em todas essas etapas, o enfermeiro tem um papel de extrema relevância, garantindo a comunicação entre os membros da equipe de forma eficaz, proporcionando segurança a todos os envolvidos no procedimento.2

Objetivo

Evidenciar a importância do papel do enfermeiro na prática assistencial no processo de cirurgia segura.

Método

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa. Pesquisa desenvolvida em um hospital privado da cidade de Porto Alegre, composto por 13 salas cirúrgicas, realizando em média 1.300 procedimentos/mês. Os dados foram coletados dos indicadores de qualidade do serviço, no período de julho de 2022 a junho de 2023.

Resultados

Foi realizado no ano de 2023, uma reorganização no quadro de enfermeiros no bloco cirúrgico, visando uma assistência direta ao paciente e um olhar diferenciado ao acompanhamento do processo de cirurgia segura. Foram analisadas 802 cirurgias em 2022, e 794 cirurgias em 2023, somando 1596 avaliações. As auditorias, foram realizadas in loco, por estagiários da qualidade, contemplando as três fases do processo da cirurgia segura. Quando avaliado de forma global, observamos uma média de adesão ao processo de 86,4% em 2022 e 91,6% em 2023. Quando analisadas as fases de forma individualizada, observamos que em 2023, obtivemos uma melhora de 2,98% na fase do check in, aumentando o indicador de 92,83% no ano anterior, para 95,81% em 2023. Durante a segunda fase do processo, o indicador do time out se manteve em 89%. Já na fase do check out observamos uma melhora significativa, aumentando o indicador em 23,3%, passando de 75,76% em 2022, para 99,06% no ano de 2023.

Conclusões

A adequação no quadro de enfermeiros no bloco cirúrgico, com redistribuição da escala e tarefas de trabalho, possibilitou uma assistência mais próxima ao paciente, com atuação direta no processo de cirurgia segura, dedicação, participação e supervisão na realização das três etapas que o compõe. Obteve-se uma melhora significativa na adesão do protocolo por parte das equipes assistenciais, proporcionando mais segurança no ambiente cirúrgico, mitigando riscos.

Palavras-chave

Assistência perioperatória, Enfermagem perioperatória, Educação continuada, Cirurgia segura, Indicadores de qualidade e segurança.

Referências

1 - FENGLER, FC; MEDEIROS, CRG. Sistematização da assistência de enfermagem no período perioperatório: análise de registros. Revista SOBECC [Internet], v. 25, n. 1, p. 50-7, 2020.
2 - SILVA, BR et al. Matriz de competências coletivas do enfermeiro na assistência perioperatória [Matrix of collective competences of nurses in perioperative care][Matriz de competencias colectivas de enfermeros en cuidados perioperatorios]. Revista Enfermagem UERJ, v. 29, n. 1, p. 61461, 2021.

Área

Gestão

Autores

Carla Oliveira, Jaqueline Lopes Gouveia, Patricia Conzatti, Aline Fritzen, Valéria Sferra Machado