Dados do Trabalho


Título

Principais acionamentos e condutas do time de resposta rápida no centro cirúrgico

Introdução

Com o intuito de aprimorar a segurança do paciente em ambiente hospitalar, em 1989, foi desenvolvido na Austrália o Time de Resposta Rápida (TRR), também conhecido como código azul e ao longo dos anos, essa prática tem sido frequentemente implementada em grandes hospitais baseado nas recomendações do Institute for Healthcare Improvement e Joint Comission. Na literatura há prevalência dos estudos sobre TRR voltados para os pacientes admitidos nas unidades de internação e de terapia intensiva, havendo uma lacuna sobre o acionamento do código durante o período perioperatório.

Objetivo

Relatar a experiência sobre os principais acionamentos e condutas do TRR no centro cirúrgico de um hospital de grande porte.

Método

Trata-se de um relato de experiência sobre os acionamentos do TRR perioperatório de 2021 a 2023. Os acionamentos são registrados no sistema eletrônico de notificações de ocorrências desenvolvido em um hospital em São Paulo, de grande porte, filantrópico e privado. No hospital onde o estudo foi desenvolvido o TRR foi implementado há 10 anos e possui uma equipe exclusiva para o bloco operatório, abrangendo o centro cirúrgico e a SRA, sendo composta por enfermeiro, médico anestesista, equipe da área dos suprimentos de materiais e do banco de sangue.

Discussão e Conclusões

O acionamento do código é realizado via telefone para a central de atendimento pelo ramal único de todo hospital, na ligação deve ser informado o local da ocorrência e se o paciente é adulto ou pediátrico. Após a ligação o BIP dos responsáveis pelo TRR recebe a chamada de modo sonoro e no visor há sinalizado o local. A meta de atendimento é que a equipe compareça no local da ocorrência e inicie o suporte em até três minutos.
Os critérios padronizados pela instituição no centro cirúrgico são: ausência de pulso ou respiração; Alterações severas na FC, como arritmias agudas graves, com comprometimento hemodinâmico, sendo para adultos FC acima de 140 ou abaixo de 40 batimentos por minuto (BPM) e crianças FC acima de 200 ou abaixo de 60 BPM; Hipotensão com PAM abaixo de 50 mmHg por tempo superior a 10 minutos (exceto em casos de hipotensão induzida); queda da SAT O2 abaixo de 90% por tempo superior a cinco minutos; Valor do dióxido de carbono na capnografia menor de 20 mmHg; Dificuldade de intubação orotraqueal sucedendo três tentativas ou tempo superior a 10 minutos; Sangramento grave (acima de 500ml em adultos ou 7ml/Kg em crianças); Transfusão sanguínea não programada e por solicitação de qualquer membro da equipe cirúrgica.
Foram registrados 345 acionamentos do TRR, houve prevalência do acionamento por sangramento grave, seguido da solicitação de qualquer uma das equipes e queda da saturação de oxigênio. Destacaram as condutas relacionadas com mudanças no padrão respiratório, administração de medicamentos e expansão volêmica, coleta de exames laboratoriais e transfusão de hemocomponentes. Referente ao destino dos pacientes a SRPA teve predomínio, após unidade crítica e por último a unidade de internação.

Conclusões

Identificar os principais critérios de acionamentos de código e suas intervenções podem auxiliar propondo melhorias nas tomadas de decisões, o que reduz os eventos adversos, previne complicações e aumenta a segurança do paciente no perioperatório.

Palavras-chaves

Equipe de respostas rápidas de hospitais; Centros cirúrgicos; Segurança do paciente

Referências

1- Rocha HA, Alcântara AC, Rocha SG, Toscano CM. Efetividade do uso de times de resposta rápida para reduzir a ocorrência de parada cardíaca e mortalidade hospitalar. Rev Bras Ter Intensiva. 2018;30(3):366-375.
2- Fischer CP, Bilimoria KY, Gafheri AA. Rapid response teams as a patient safety practice for failure to rescue. JAMA. 2021;326(2): 179-80. https://doi.org/10.1001/jama.2021.7510
3- Duffy CC, Atkins JH. Characteristics of intraoperative emergencies and perspectives on operating room emergency responses in a large Academic Medical Center: A case series. J Clin Anesth. 2021; 72:1-2. Doi: 10.1016/j.jclinane.2021.110264.

Área

Segurança do paciente

Autores

Letícia Costa Rinaldi, Gabriela Magalhães, Cristina Silva Sousa, Renata Peixoto Correa, Luiza Carraco Palos, Cristiane Dias Espindola