Dados do Trabalho


Título

REPROCESSAMENTO DE MATERIAIS PARTICULARES: UM PERCALÇO DO CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO

Introdução

O Centro de Material e Esterilização (CME) tem a obrigação de gerenciar e executar as atividades dos produtos para saúde que necessitam de reprocessamento, garantindo a qualidade e segurança da assistência à saúde. Dentro desse grupo encontram-se os instrumentais particulares, específicos para atendimento da necessidade cirúrgica das equipes. Na maioria das instituições, lidar com materiais de terceiros é um percalço diário, podendo causar impacto ao fluxo do setor, acarretando prejuízos na produtividade e até mesmo financeiros, em casos de extravios.

Objetivo

Relatar a experiência do processo, gestão e reprocessamento de materiais particulares.

Método

Relato de experiência, sobre o processo, gestão e reprocessamento de materiais de terceiro desenvolvido no CME de um hospital privado de grande porte de São Paulo- SP entre período de outubro de 2022 à março de 2023. Há uma alta rotatividade de materiais particulares para reprocessamento, devido à diversidade de procedimentos e peculiaridades dos cirurgiões. Determinamos um processo com colaborador exclusivo para essa função em cada plantão e outro para sua substituição. O sistema de rastreabilidade utilizado é o HINNO e a área física possui um local específico para recebimento e devolução de materiais particulares.

Discussão e Conclusões

No período analisado tivemos um total de 5.061 materiais entregues. O responsável pela entrega do material é recepcionado pelo colaborador, que confere o material (Se o material é integro e passível de reprocessamento. Caso encontre algum impeditivo, o enfermeiro do plantão é acionado para realizar uma análise mais minuciosa e assim definir a conduta). Após a conferência, é realizado o registro no sistema de rastreabilidade (Nome da Caixa, Nome do Médico, Data e Hora da Cirurgia, Quantidade de Peças, Nome do Paciente se quiser registrar também), que emite um QR-CODE específico, e realizado o registro de fotográfico do instrumental, posteriormente anexado ao sistema e enviado no grupo da equipe do “Workchat” (ferramenta institucional de compartilhamento de informações). Uma via do protocolo de recebimento, com as informações, é entregue ao responsável pelo material e outra é conduzida com o material durante o processo de esterilização desse. Após ser esterilizado, ele é acondicionado na área de armazenamento em armários específicos organizados em ordem alfabética para facilitar a localização. Após sua utilização, o material deverá ser conferido pelo instrumentador e retornar ao CME para limpeza e devolução ou reprocessamento, acompanhado do protocolo de recebimento. Com a implementação dessas melhorias no fluxo de material particular, observou-se a uma melhor qualidade na entrega dos mesmos, com redução de extravios e danos, resultando em um menor impacto financeiro.

Conclusões

Com um fluxo bem elaborado, equipe capacitada e rastreabilidade efetiva, ancorada no registro imagem fotográfica, pode-se garantir a qualidade do reprocessamento de materiais particulares, trazendo benefícios para o paciente (material completo e seguro no seu procedimento), para equipe (garantia da efetividade no reprocessamento do seu material, com um cuidado diferenciado por ter um colaborador específico para tal função) e para instituição (redução de gastos por extravios ou danos aos materiais, além de ter o registro de todas as etapas do processo), cumprindo assim a sua função na assistência à saúde.

Palavras-chaves

Instrumentos cirúrgicos, Esterilização, Enfermagem perioperatória.

Referências

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 15, de 15 de março de 2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília (DF); 2012.
Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização. (2017). Diretrizes de práticas em enfermagem cirúrgica e processamento de produtos para a saúde. (SOBECC), (7a. ed.). Barueri: Manole. 487 p.
Costa EAM, Costa EA , Graziano KU, Padoveze MC. Reprocessamento de produtos médicos: uma proposta de modelo regulatório para hospitais brasileiros. Rev Esc Enferm USP. 2011;45(6):31-7.

Área

Outros

Autores

Lais Moreira Santos, Natalia Barbosa Ferreira de Moura, Bruna Dourado Almeida Freire, Larissa Garms Thimoteo Cavassin, Cristina Silva e Sousa