Dados do Trabalho


Título

CRIANDO SOLUÇÕES TECNOLOGIAS PARA GESTÃO DA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO

Introdução

Várias são as mudanças acontecendo nas Centrais de Material e Esterilização (CME) referentes à localização, instalações, equipamentos, tecnologias, metodologia de trabalho, gestão e controle de qualidade.1 Dentre estas mudanças estão os sistemas informatizados de gerenciamento e rastreabilidade de instrumental cirúrgico, com a utilização de códigos para identificação dos instrumentais e kits cirúrgicos, fornecendo uma ferramenta importante no controle e na gestão da CME.2 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou a Resolução da Diretoria Colegiada nº 15 (RDC nº 15) onde no artigo 26 estabelece que a CME deva dispor de um sistema de informação manual ou automatizado com registro do monitoramento e controle das etapas de limpeza e desinfecção ou esterilização.3

Objetivo

O presente estudo visa relatar a experiência do enfermeiro na criação de um sistema informatizado de Gestão e Rastreabilidade de instrumentais cirúrgicos.

Método

A ideia da criação de um Software para a gestão do CME, partiu da convicção e experiência do autor, especialista em CME há 14 anos de que a informatização do setor traria inúmeros benefícios de controle, segurança, padronização de processos e informações rápidas e precisas. Para o desenvolvimento do software foi contratado um programador que participou de todo o processo de codificação. Foram necessários 02 anos de troca de informação, acertos, erros e correções entre o autor e o programador, 3900 horas de programação e R$ 117.000,00 investidos para finalizar a versão 1.0 do software. O software foi elaborado em módulos específicos; cadastros gerais, expurgo, preparo, esterilização e arsenal, módulo de relatórios e de manutenções, interligados e sequenciais, podendo ter comunicação com outros softwares. O software automatiza as tarefas de registros das informações, emite etiquetas automáticas com códigos únicos de rastreamento, check list com leitura de códigos QRCode ou Data Matrix, relatórios de produtividades, perdas e extravios, rastreabilidade 100% digital com a leitura de um único código e outras funcionalidades. O software foi validado e está em uso em uma rede de hospitais de grande porte da cidade de São Paulo, desde 2021 com ótimos resultados de redução de gastos, sustentabilidade e segurança.

Discussão e Conclusões

É evidente que a transformação digital dos processos com a implantação de um sistema informatizado trará eficiência na gestão, confiabilidade na rastreabilidade, economia, padronização e garantia de qualidade nos processos executados na CME. Isso se deve ao rigoroso controle e obrigatoriedade no registro das informações em todas as etapas do processamento dos produtos para a saúde (PPS).

Conclusões

A principal ideia na criação do sistema informatizado foi a de termos uma ferramenta de apoio, transformando a forma de registro manual em digital, mantendo as informações seguras com processos de rastreabilidade claros e definidos, gerando confiabilidade e segurança para a Instituição, clientes e usuários. E claro, ser uma fonte de renda alternativa com a comercialização do software. E para que ocorra total sucesso na criação e implantação de um sistema informatizado em saúde é indispensável à participação do profissional de enfermagem em todas as etapas do projeto, desde a compra de equipamentos, definição de infraestrutura e das informações que serão utilizadas e acontecer de forma transparente e colaborativa.

Palavras-chaves

Tecnologia; Enfermagem; Centro Hospitalar de Esterilização e Desinfecção de Materiais.

Referências

1. LACERDA, Rúbia Aparecida. Controle de Infecção em Centro Cirúrgico: fatos, mitos e controvérsias. Atheneu Editora. São Paulo, 2003.
2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade – Diretrizes para seleção e uso, NBR ISO 9000. 1994.
3. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 15, de 15 de março de 2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília (DF); 2012.

Área

Gestão

Autores

ROGERIO HERINGER DE SOUZA