Dados do Trabalho


Título

Eficiência Operacional através da Implantação da Avaliação Clínica para Identificação do Risco de Paralisia Residual

Introdução

A paralisia residual decorrente da utilização do uso de bloqueadores neuromusculares ainda representa um risco à segurança do paciente no pós-operatório. Esse fenômeno tem sido a causa de várias complicações significativas pulmonares e cardíacas, dentre eles pneumonia, derrame pleural, isquemia transitória e insuficiência cardíaca. Segundo as diretrizes para a prática clínica da Sociedade Americana de Cirurgiões de Cólon e Reto (ASCRS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Gastrointestinais e Endoscópicos (SAGES) enfatizam a necessidade de criar Programas de Recuperação Aprimoradas (ERP’s), com auditorias contínuas. Esses protocolos visam orientar a adesão para melhor recuperação pós-operatória, sendo necessário a criação ERP e auditoria contínua para orientar a adesão aos protocolos, garantindo uma melhor recuperação cirúrgica, com aprimoramento da qualidade do cuidado pós-operatório oferecido aos pacientes.

Objetivo

Promover a conscientização sobre a paralisia residual e a importância dos protocolos, busca-se avançar na direção de uma recuperação mais segura e bem-sucedida, obtendo uma experiência do paciente de forma positiva

Método

Trata-se de um relato de experiência de um hospital privado de grande porte no interior do estado de São Paulo. O protocolo é aplicado a todos os pacientes que realizaram procedimentos anestésicos cirúrgicos que foram submetidos à anestesia geral. Após o término do procedimento, é instalado no paciente, ainda na sala de cirurgia, um aparelho chamado TOF (train-of-four) para monitorização da função neuromuscular. Esse aparelho utiliza aplicação de um estímulo elétrico para avaliar a contratura muscular do paciente. Com uso dele, o paciente só é extubado após o retorno de 90% da função neuromuscular. Em seguida, o paciente é encaminhado para a Recuperação da Anestesia, onde aplicamos um check list de avaliação clínica para identificação do risco de paralisia residual, onde é avaliado nível de consciência, capacidade de responder a comandos verbais (como levantar os braços e sustentar a cabeça), e por último a deglutição de 20ml de água. Caso o paciente não consiga responder satisfatoriamente nenhuma das questões, solicitamos uma nova avaliação do anestesiologista.

Discussão e Conclusões

Esse protocolo tem sido fundamental para garantir a segurança dos pacientes no pós-operatório, prevenindo complicações e proporcionando uma recuperação eficaz e tranquila. Para a implementação foi fundamental a interação entre o time de enfermagem e o time da anestesia. E para isso, comparamos 80 casos cirurgias robóticas, sendo 40 antes da implementação do processo e 40 após a implantação e 100 casos de cirurgias de vídeolaparoscopia, sendo 50 antes e 50 após a implantação. Com isso foi possível verificar a redução de maneira significativa o tempo de permanência do paciente na recuperação anestésica, ganhando eficiência operacional.

Conclusões

A paralisia residual deve ser valorizada e prontamente atendida pela equipe médica e de enfermagem, em que um trabalho multidisciplinar pode oferecer satisfação, segurança ao paciente. Através da avaliação clínica foi possível atuar precocemente nas queixas dos pacientes, apresentando um desfecho favorável. Porém o que mais impactou positivamente além da experiência do paciente, foi o ganho no giro de leito na recuperação anestésica, consequentemente melhorando também o giro de sala e nossa eficiência no centro cirúrgico.

Palavras-chaves

TOF; paralisia residual; complicações pós-operatórias.

Referências

Fleisher LA, Linde-Zwirble WT. Incidence, outcome, and attributable resource use associated with pulmonary and cardiac complications after major small and large bowel procedures. Perioper Med (Lond). 2014;3:7;
Hyder J, Wakeam E, Arora V et al. Investigating the "Rule of W," a mnemonic for teaching on postoperative complications. J Surg Edu. 2015;72(3):430-7;
Carmichael JC. Keller DS, Baldini G et al. Clinical practice guideline for enhanced recovery after colon and rectal surgery from the American Society of Colon and Rectal Surgeons (ASCRS) and Society of American Gastrointestinal and Endoscopic Surgeons (SAGES). Surg Endosc. 2017;31(9):3412-36.

Área

Robótica

Autores

Adriana Cristina Mota Furlan , Luiza Rojic, Juliana Bueno Sabino, Swamy Jacobini Marconi