Dados do Trabalho


Título

As contribuições do coordenador robótico no treinamento de médicos residentes e fellows em cirurgia robótica

Introdução

A cirurgia robótica é o cenário atual da cirurgia moderna, e isso se dá devido a associação dos benefícios da cirurgia minimamente invasiva com o novo conceito de imagem através do recurso da terceira dimensão (3D), que proporciona maior segurança e precisão durante a cirurgia e a mobilidade da instrumentação intracorpórea, principalmente nos campos operatórios de espaços mais restritos.

O programa de cirurgia robótica no Sistema Único de Saúde (SUS) foi implantado em 2012, em um instituto público federal especializado em oncologia, localizado na cidade do Rio de Janeiro, que atualmente é o pioneiro na implementação da certificação por equivalência, realizado através de protocolos elaborados pela empresa representante do sistema robótico e o programa de residência médica e fellow da instituição. As especialidades contempladas até o momento são: cirurgia de cabeça e pescoço e urologia, que tiveram a primeira turma habilitada em 2022.

A função do Enfermeiro coordenador do programa de cirurgia robótica é abrangente e diversificada e inclui inúmeras responsabilidades, tais como: a garantia dos instrumentais e insumos utilizados durante o procedimento (pinças, descartáveis e etc.), organização da equipe e a segurança do paciente, além disso é responsável pela montagem do equipamento robótico, pela assistência de enfermagem no posicionamento do paciente, e por multiplicar o conhecimento entre os enfermeiros e técnicos de enfermagem e a equipe multiprofissional através da capacitação e treinamento.

Objetivo

Descrever as etapas da certificação por equivalência e as contribuições do enfermeiro coordenador robótico na aprendizagem dos residentes e especializandos médicos em cirurgia robótica.

Método

Trata-se de uma pesquisa descritiva, que tem a finalidade de descrever, minuciosamente, experiências, processos, situações e fenômenos.

Discussão e Conclusões

Na Instituição seguimos os protocolos estabelecidos pela própria empresa fabricante do sistema robótico, onde é definido quais as especialidades que participam do programa, quem serão os responsáveis por cada especialidade e quem serão os preceptores.

A primeira etapa é realizar o cadastro no site da plataforma do sistema robótico onde o treinamento online é baseado em vídeos, incluindo a visão geral dos componentes do sistema, as instruções de uso dos componentes do sistema e os instrumentos e acessórios do sistema.

A segunda etapa é o treinamento “In-service” que é realizado pelo enfermeiro coordenador do programa e/ou um representante da empresa certificadora, que inclui: a visão geral dos componentes do sistema, acoplamento do carro do paciente (Docking), a colocação de portais, a visão geral dos instrumentos, a visão geral do console do cirurgião e quais são os procedimentos de emergência.

Após a conclusão dessas etapas, é realizada uma avaliação online, sendo aprovado, o médico pode solicitar um certificado online e seguir para as próximas etapas, que são: realizar 40 horas de simulador, assistir uma Cirurgia Robótica de sua especialidade realizada por outro cirurgião habilitado, assumir a função de assistente ao lado do paciente (Mínimo 10 casos); assumir o Console do Cirurgião (Mínimo 20 casos) pelo menos 50% da cirurgia compartilhada com seu Preceptor. Todas essas etapas são controladas através de formulários próprios assinados pelo coordenador robótico e o cirurgião preceptor.

A última etapa é possuir uma carta de verificação de treinamento no sistema robótico emitida pelo diretor do programa ou chefe de serviço.

Conclusões

É importante ressaltar que um programa de Cirurgia Robótica deve ser agregador e a Instituição/Hospital deve oferecer uma estrutura mínima para treinamento. O enfermeiro coordenador robótico participa de todas as etapas da certificação por equivalência, promovendo orientação, auxílio e acolhimento, que são elementos essenciais para garantir uma aprendizagem integralizada.

Palavras-chaves

Procedimentos Cirúrgicos Robóticos; Tecnologia em Saúde; Salas Cirúrgicas; Equipamentos Cirúrgicos

Referências

GIL, Carlos, A.Como Elaborar Projetos de Pesquisa, 6ª edição. São Paulo, Atlas, 2017.

Norma AMB para certificação de habilitação em Cirurgia Robótica – 17 de dezembro de 2019. Disponível em:
https://amb.org.br/noticias/normas-para-habilitacao-em-cirurgia-robotica/ . Acesso em dezembro 2022.

Pinto EV, Lunardi LS, Treviso P, Botene DZA. Atuação do enfermeiro na cirurgia Robótica: desafios e perspectivas. Rev. SOBECC, São Paulo. Jan./Mar. 2018; 23(1): 43-5 Disponivel em: https://fi-admin.bvsalud.org/document/view/bzkba . Acesso em: julho 2023

Resolução CREMERJ Nº 299/2019 - 05 de novembro de 2019. Disponível em: http://old.cremerj.org.br/legislacao/detalhes.php?id=1425&item=1. Acesso em janeiro 2023.

Área

Robótica

Autores

Marcos Antonio Macedo dos Anjos, Ana Paula de Medeiros Duro, Debora Daniela Eira Guidi, Aline de Souza Silveira Serra, Silvia Barreira Mendes