Dados do Trabalho


Título

VALIDAÇAO CLINICA DO DIAGNOSTICO DE ENFERMAGEM “RISCO DE HIPOTERMIA PERIOPERATORIA”

Introdução

Os pacientes cirúrgicos podem apresentar diversas complicações associados aos procedimentos anestésico-cirúrgico, e entre essas complicações, destaca-se a hipotermia1. O Diagnóstico de enfermagem ‘Risco de hipotermia perioperatória’ tem como definição a “suscetibilidade a uma queda inadvertida na temperatura corporal central abaixo de 36°C, que ocorre no período entre 1 hora antes até 24 horas após cirurgia, que pode comprometer a saúde”2. Ainda de acordo com a Association of perioperative Registered Nurses – Aorn, a hipotermia é caracterizada pela temperatura corporal abaixo de 35ºC ou 36ºC, sendo classificada em: leve (32ºC a 35ºC), moderada (28ºC a 32ºC) e severa (<28ºC)3. Ainda de acordo com a AORN3, os enfermeiros perioperatorios devem estar alertas aos sinais e sintomas de hipotermia, como por exemplo: a faixa etária e o gênero do paciente, além de fatores associados aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos. Sabe-se que hipotermia não tratada, aumenta o risco dos pacientes cirúrgicos em desenvolverem complicações, como retardo na coagulação, na cicatrização da cicatriz cirúrgica, sepse e mortalidade pós-operatórias. Dessa forma, os enfermeiros devem conhecer os fatores de risco e complicações associadas à hipotermia perioperatória, a fim de propor intervenções acuradas.

Objetivo

Identificar a ocorrência e os fatores de risco determinantes para o desenvolvimento do Diagnóstico de Enfermagem Risco de Hipotermia Perioperatória em Cirurgias Eletivas.

Método

Trata-se de um estudo de validação clínica do diagnóstico de enfermagem Risco de hipotermia perioperatória do tipo clínico-causal, baseado no método epidemiológico de coorte de exposição. A coleta dos dados está em condução no centro cirúrgico de um Hospital universitário do Estado do Rio de Janeiro regido pelo Sistema único de saúde (SUS) de esfera Federal. Aprovado pelo CEP com número do parecer: 3.827.363.

Resultados

Ao total foram avaliados, até o momento, 21 participantes na pesquisa. Desses em sua maioria observou-se que eram homens, na faixa etária dos 59-68 anos, submetidos a cirurgia de histerectomia e colecistectomia por videolaparoscopia, índice de massa corporal na faixa da normalidade, aposentados e pensionistas, com nível de escolaridade do fundamental incompleto, casados e tabagistas anteriores. Com relação aos fatores de risco: 4 (19,0%) apresentaram exposição ambiental a temperatura menor ou igual a 180C; 14 (66,6%) utilizaram o aquecimento por sistema de ar forçado com manta térmica; 15 (71,4%) realizaram anestesia do tipo geral; 9 (42,8%) apresentaram uma diminuição na temperatura corporal superior a 0,5˚C entre a indução da anestesia e a incisão cirúrgica; 12 (57,2%) apresentaram temperatura <36,6ºC na incisão na pele.

Conclusões

É fundamental que os enfermeiros perioperatórios reconheçam os fatores de risco da hipotermia, a fim de minimizar os efeitos deletérios dessa complicação, por meio de intervenções de enfermagem corretas, em todo o período cirúrgico.

Palavras-chave

Enfermagem Perioperatória; Terminologia Padronizada de Enfermagem; Hipotermia; Enfermagem baseada em evidências.

Referências

1. SOBECC. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO Práticas recomendadas: centro cirúrgico, recuperação pós-anestésica e centro de material e esterilização. 7. ed. São Paulo: SOBECC, 2017.

2. Herdman TH, Kamitsuru S. Nursing Diagnoses: Definitions and Classification 2021-2023. Oxford:Wiley-Blackwell. Porto Alegre: Artmed, 2021.

3. AKERS, J.L. et al. Inadvertent Perioperative Hypothermia Risks and Postoperative Complications: A Retrospective Study. Aorn Journal, [S.L.], v. 109, n. 6, p.741-747, 2019. Wiley.

Área

SAEP

Autores

THALITA GOMES CARMO, TAINA ARAUJO BRAZ PINTO, MARIANA MATOS GONÇALVES, VINICIUS DE MOURA MONTEIRO