Dados do Trabalho

Título

Transformando medo em sorrisos: a revolução do atendimento cirúrgico pediátrico com abordagem lúdica e humanizada

Introdução

A criança que passa por procedimento cirúrgico vivência sentimentos de ansiedade, insegurança e medo, assim como seus acompanhantes durante o período da hospitalização. Nesse contexto, a humanização e a abordagem lúdica contribuem para reduzir esses sentimentos negativos, além de valorizar a participação e a inclusão dos familiares no processo cirúrgico.

Objetivo

Relatar ações e atividades lúdicas realizadas com crianças que são submetidas aos procedimentos anestésicos cirúrgicos, garantindo uma hospitalização menos traumática, sensível e humana.

Método

Trata-se de um relato de experiência em hospital privado de grande porte do interior do estado de São Paulo. O Protocolo Multidisciplinar de Atendimento Cirúrgico Pediátrico com Abordagem Lúdica iniciou em 2022 e aplica-se a todas as crianças até 12 anos incompletos conforme ECA (Estatuto da Criança e Adolescente). Inicia-se durante a visita pré-anestésica, onde o Anestesiologista prepara a criança e familiar para o procedimento, esclarecendo dúvidas e utilizando linguagem de fácil compreensão através de vídeo explicativo da nossa mascote “Maya”. Durante, são identificados seus interesses (jogos, desenhos, heróis preferidos), assim como a escolha de uma essência preferida para a indução anestésica (chiclete, chocolate, pum de elefante etc.). O responsável legal é convidado a participar da indução anestésica e tomam ciência do acesso ao prontuário a qualquer momento. A equipe do agendamento entra em contato reforçando a importância do brinquedo de sua preferência para que traga confiança no dia do procedimento. Na recepção, recebe um livro com giz de cera desenvolvido pelo marketing, para ser usado enquanto aguarda, podendo ser utilizado também no pós-operatório. Nas unidades de internação são acolhidos e recebem as orientações para minimizar a ansiedade e o medo. A criança pode ir com a sua própria roupa durante o transporte e são oferecidos artigos para brincadeiras, onde é mantida a interação, através de moto ou carro motorizado, tablete para acesso a desenhos, vídeos e/ou jogos de sua preferência. A sala é preparada com painel com o tema do fundo do mar, refletor de luz e todos os envolvidos vestem máscara com o tema. As ações lúdicas continuam junto ao familiar durante a indução anestésica. A aplicação de bandagens coloridas e adesivos nos curativos e punção venosa com seu personagem favorito ou desenho escolhido. Após término da cirurgia, a criança é encaminhada a Recuperação Pós-anestésica (RPA) e pode acordar junto com o familiar. A cortina do leito é ilustrada com desenho e proteções nas grades das macas são adaptadas para melhor segurança. Após a alta anestésica, recebe um nécessaire da “Maya”, com uma máscara do fundo do mar e um certificado de coragem, pelo seu ato de bravura e é encaminhada ao leito de destino, onde as ações continuam.

Discussão e Conclusões

Foi possível identificar o aumento no número de cirurgias pediátricas comparadas ao ano anterior após o estabelecimento do protocolo que unificou as ações das áreas assistências e de apoio. Houve um aumento na satisfação medida através do Net Promoter Score (NPS) e das ouvidorias relatando a agradável experiência.

Conclusões

Esses resultados reforçam a importância das ações em oferecer um cuidado centrado e buscar constantemente maneiras de melhorar a experiência dos nossos pacientes e familiares. Além de promover segurança e acolhimento aos nossos clientes cirurgiões durante a abordagem anestésica cirúrgica. Buscando sempre um ambiente acolhedor, suporte emocional e serviços de qualidade, além de promover a segurança nos nossos serviços.

Palavras-chaves

Criança; Jogos e brinquedos; humanização.

Referências

Menezes L, Tomazini LA. Presença de familiares durante a indução anestésica de crianças: Revisão de literatura. Rev Sobecc. 2013.

PAULA, Geicielle Karine de et al. Estratégias lúdicas no cuidado de enfermagem à criança hospitalizada. Revista de Enfermagem UFPE on line, 2019. Disponível em:<https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/238979>. Acesso em: 10 maio. 2023.

SILVA, Damiana Cosmea da; MEIRELLES, Naluzia de Fátima. Humanização da assistência à criança em Centro Cirúrgico Oncológico*. Revista SOBECC, São Paulo, 2009. Disponível em: <https://revista.sobecc.org.br/sobecc/article/view/353>. Acesso em: 07 jul. 2023.

Área

Cirurgia infantil