Dados do Trabalho


Título

PERCEPÇAO DE PACIENTES E CIRURGIOES QUANTO A AUTODEMARCAÇAO DO SITIO CIRURGICO PARA CIRURGIA ELETIVA: UM ESTUDO PILOTO

Introdução

Procedimento cirúrgico em local errado é uma complicação com efeito potencialmente devastador6. Nos Estados Unidos, com a demarcação de lateralidade (direita e esquerda), estima-se que procedimentos em pacientes errados ocorra em uma a cada 100 mil cirurgias, ou seja, de 1.500 a 2.500 incidentes por ano.
Com o objetivo de minimizar os danos causados por esses eventos adversos, inúmeras estratégias continuaram a ser implementadas, como a demarcação de sítio cirúrgico, divulgada em 2009 no guideline das diretrizes para implantação do protocolo universal da segurança do paciente cirúrgico. Essa prática visa identificar, sem ambiguidade, o local do procedimento cirúrgico.
Com o crescimento desse movimento, expandiu-se a discussão sobre a importância da atuação do paciente no pro cesso de cuidado, também conhecida como assistência participativa, nos diferentes momentos da sua jornada, incluindo as fases pré e pós-operatórias.
Assim a enfermagem como defensora dos interesses do paciente deve atuar de forma a favorecer a melhor prática, que garanta segurança e satisfação com a vivência da experiência anestésica cirúrgica. Além disso, considerando a importância da participação do paciente como sujeito ativo de seu cuidado, definiu-se como questões de pesquisa: qual a precisão da demarcação de lateralidade pelo paciente no período pré-operatório imediato? Qual a percepção de pacientes e cirurgiões em relação à auto demarcação como uma estratégia de segurança para o procedimento cirúrgico?

Objetivo

O estudo teve por objetivos mensurar a taxa de precisão na autodemarcação pelo paciente da lateralidade no período pré-operatório imediato de cirurgias eletivas e analisar essa percepção tanto pelo paciente quanto pelo cirurgião.

Método

Estudo transversal desenvolvido de junho a dezembro de 2018, em um hospital privado do Sul do Brasil. A amostra foi composta por 105 pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos eletivos de órgãos ambíguos, que responderam a um questionário sobre a demarcação do sítio cirúrgico. Os dados foram avaliados por meio de análise descritiva

Resultados

Foram analisa dos 105 questionários, dos quais três foram excluídos por estar incompletos, dessa forma, a amostra foi composta por 102 documentos. Todos os pacientes realizaram a autodemarcação no local correto. Dentre os participantes, 93% dos pacientes e 99% dos cirurgiões relataram sentirem-se seguros quanto à auto demarcação

Conclusões

A autodemarcação pode constituir uma complementação na prática assistencial, consistindo em mais uma barreira de segurança e promovendo a participação do paciente como agente de cuidado, porém não substitui a confirmação pelo cirurgião no período pré-operatório

Palavras-chave

Procedimentos cirúrgicos eletivos. Segurança do paciente. Autocuidado. Centros cirúrgicos.

Referências

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Silva ACA, Silva JF, Santos LRO, Avelino FVSD, Santos AMR, Pereira AFM. A segurança do paciente em âmbito hospitalar: revisão integrativa da literatura. Cogitare Enfermagem. 2016;21(5):1-9. http://dx.doi. org/10.5380/ce.v21i5.37763

Área

Segurança do paciente

Autores

Larissa Siqueira Gutierres, Shara Bianca De Pin Raduenz, Vanessa de Brito Poveda, Cassiane de Santana Lemos, Cassia Brasil, Gabriela Duarte Pereira