Dados do Trabalho


Título

DESAFIOS NA CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA PARA CME: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Introdução

O Centro de Material e Esterilização (CME) processa e distribui produtos para os serviços de saúde e, no Hospital estudado, possui um arsenal com mais de 900 caixas cirúrgicas que contêm de 2 a 120 instrumentais diferentes, além de materiais avulsos. São em média 30.000 itens processados mensalmente, que devem ter rastreabilidade, ou seja, registro do caminho do produto desde a sua chegada no CME até o uso no paciente.
Ao considerar que são realizadas aproximadamente 1200 cirurgias/mês torna-se inviável o gerenciamento do processo sem sistema informatizado. O Hospital utilizava desde a década de 80 um sistema da IBM®, chamado de CICSHC® que foi substituído por outro chamado AGHUse® que não possui módulo CME e assim surgiu o desafio de criar um sistema informatizado para a produção do CME.

Objetivo

Descrever o processo para criação e implantação de um novo sistema informatizado para a produção de um CME.

Método

Estudo descritivo do tipo relato de experiência sobre a criação e implantação de um novo sistema para a produção do CME de um hospital de ensino do interior paulista. Esse processo ocorreu entre janeiro a junho de 2022 e compreendeu as seguintes etapas:
1- Alinhar as necessidades e expectativas do CME, Centro Cirúrgico (CC) e Informática para o novo sistema
2 - Criação do Sistema
3 - Testes e adequações pré implantação
4 - Estruturação física e de insumos do CME
5 - Migração dos dados entre os sistemas
6 - Treinamento das equipes
7 - Implantação
8 - Melhorias contínuas.

Discussão e Conclusões

Após a definição da necessidade da criação do sistema, foram realizadas as 8 etapas descritas anteriormente. Na etapa 1 houve alinhamento quanto aos objetivos e método para o desenvolvimento do projeto, por meio de reuniões com os serviços envolvidos para definir as funções para o sistema e o cronograma de implantação. Na etapa 2, a Informática criou um modelo operacional. Na etapa 3, o CME e o CC voltaram a se reunir com a informática para testes e adequações do sistema e, concomitantemente, iniciou-se a etapa 4, com mudanças estruturais com a instalação de computadores, impressoras, cabos de rede, compra de etiquetas e fitas de impressão. Concluída as adequações, houve a migração dos dados do sistema antigo e o CME validou a confiabilidade destas. Após a migração, o sistema foi disponibilizado em plataforma teste para a equipe e foram realizados treinamentos para os 90 funcionários do CME, que correspondeu a etapa 6. A implantação (etapa 7) foi subdividida em 3 fases, primeiramente a impressão das etiquetas e listagem das caixas, posteriormente a utilização das listas de materiais por cirurgia, sendo necessário identificação da compatibilidade com o AGHuse e sistemas do Almoxarifado e, por fim, o controle de produção e rastreabilidade. Na última etapa (etapa 8) iniciou-se um trabalho de melhoria contínua na correção de falhas e na implantação de novas tecnologias como gestão visual e sistemas de busca que facilitam a rotina diária do profissional do CME.

Conclusões

A criação e a implementação de sistema de produção para o CME se mostrou um desafio para as equipes de enfermagem e de informática. A elaboração do plano de ação, com cronograma e a cooperação entre as equipes representaram estratégias eficazes para evolução do projeto. O sistema foi implantado sem que houvesse prejuízos à assistência, em um tempo curto e utilizando o capital humano da instituição.

Palavras-chaves

ENFERMAGEM, ESTERILIZAÇÃO, INFORMATICA, SISTEMAS, GESTÃO

Referências

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 15, de 15 de março de 2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde e dá outras providências. Disponível em: https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc-15-de-15-de-marco-de-2012. Acesso em: 07 Jul 2022.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. Práticas recomendadas SOBECC. São Paulo: Manole, 2013. 6 ed
PADOVEZE, M.C.; GRAZIANO, K.U. Limpeza, desinfecção e esterilização de artigos em serviços de saúde. São Paulo: APECIH, 2021.

Área

Gestão

Autores

Rafael Silva Marconato, Alexandre Oliveira Silva, Ana Paula Alves Canil Inocencio, Daniela Nunes Souza, Bruno Henrique Moreira, Mavis Lavinia Bordignon , Nelisa Abe CRuz Almeida