Dados do Trabalho


Título

TRANSTORNO MENTAL COMUM EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM CENTRO CIRURGICO

Introdução

Introdução: O ambiente em Centro Cirúrgico (CC) pode muitas vezes ser gerador de sofrimento psíquico devido a fatores como o ritmo acelerado, exaustivas jornadas de trabalho e intensa responsabilidade nas tarefas desempenhadas. Desta forma, rastrear sinais e sintomas sugestivos de sofrimento mental por meio da identificação da prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) podem contribuir para a identificação de necessidades de melhoria no ambiente e no processo de trabalho. 1,2

Objetivo

Objetivo: Analisar a prevalência de TMC e os fatores associados em equipes de enfermagem atuantes em Centro Cirúrgico.

Método

Método: Estudo observacional do tipo transversal desenvolvido com a equipe de enfermagem de CC de dois hospitais no interior do Rio Grande do Sul. Foi aplicado questionário autoaplicável para caracterização da amostra e identificação de TMC por meio do Self Reporting Questionnaire-20. Inicialmente foi realizada análise descritiva para caracterização da amostra e prevalência de TMC. O ponto corte adotado para a presença de TMC foi de sete ou mais respostas positivas. Foi investigada a associação de TMC com as variáveis sociodemográficas, profissionais e comportamentais da amostra, por meio do teste do qui-quadrado de Pearson. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa local sob o parecer N° 5.165.143.

Resultados

Resultados: Participaram 82 profissionais de enfermagem, em que se constatou uma prevalência de TMC de 35%. As perguntas que tiveram maior frequência de resposta positiva foram sentir-se nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a) com uma prevalência de 69,5% e sentir dores de cabeça frequentemente (48,8%), sentir-se cansado com facilidade (37,8%), ter se sentido triste ultimamente (36,6%), ter sensações desagradáveis no estômago (35,4%), dormir mal (33,3%) e sentir-se cansado(a) o tempo todo (33,3%). Em relação a caracterização da amostra ela foi predominantemente feminina (85,4%), com média de idade de 38 anos (DP±11,12). Ao analisar a associação de TMC em relação às características sociodemográficas, profissionais, clínicas e comportamentais da amostra, não foi encontrada associação estaticamente significativa, o que pode estar relacionado ao tamanho da amostra.

Conclusões

Conclusões: Apesar do resultado obtido não ser passível de diagnóstico de doença psiquiátrica, ele aponta que estes trabalhadores apresentaram sinais sugestivos de sofrimento mental. Diante deste achado, sugere-se que sejam feitas intervenção não só no ambiente laboral, mas também em relação à qualidade de vida desses trabalhadores, pois são uma categoria mais suscetíveis ao adoecimento mental.

Palavras-chave

Enfermagem de Centro Cirúrgico; Transtorno Mental; Saúde do trabalhador.

Referências

1. Gonçalves DM, Stein AT, Kapczinski F. Avaliação de desempenho do Self-Reporting
Questionnaire como instrumento de rastreamento psiquiátrico: Um estudo comparativo
com o Structured Clinical Interview for DSM-IV-TR. Cad Saude Publica.
2008;24(2):380–90. Disponível em:
http://www.scielo.br/j/csp/a/7dgFYgCkbXw9BgwY7dY94Nb/abstract/?lang=en
2. Nascimento DDSS, Barbosa GB, Santos CLC, Martins Júnior DF, Sobrinho CLN. Prevalência de distúrbio psíquico menor e fatores associados em enfermeiros intensivistas. Rev Baiana Enfermagem. 2019;33. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/28091/19116
3. Gaspar FW, Zaidel CS, Dewa CS. Rates and predictors of recurrent work disability due to common mental health disorders in the United States. PLoS One. 2018;13(10):e0205170. Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0205170

Área

Saúde do Trabalhador

Autores

Layla Nadine Giehl, Mari Ângela Gaedke, Thais Honorio Lins Bernardo